domingo, 26 de junho de 2011

Projeto Naufrágios Potiguares I


Eh... Nada mais de água “limpa” aqui no litoral sul! Começou a estação dos ventos já há algum tempo. Então depois do curso, excelente, a Tridente Sub “ deu um tempo” ao mergulho. Uma espécie de férias para recolocar as idéias em ordem. Todos os integrantes, agora, têm ao menos o curso básico de mergulho livre.
Então, recomeço!
O novo desafio é a exploração dos naufrágios na risca do Zumbi, no peito, claro. Este evento, por assim dizer, vai acontecer na próxima temporada, mas a fim de manter sempre  “segurança em primeiro lugar” vamos iniciar os treinos.
Cmt Pessoa:
Esse navio, de carga, naufragou em setembro de 1954 há aproximadamente 12 milhas da costa da praia de Rio do Fogo, Litoral Norte. O motivo  foi o choque contra a Risca do zumbi. A profundidade está entre -22 e -27 m. Habitam essa região muitos peixes de coral, muita isca (pequenos peixes, base da cadeia alimentar) e claro, os belos exemplares de passagem. Posso fazer referência aqui aos bejupirás, cavalas e barracudas, há quem diga que já viu tubarões Tigre por lá.
O desafio:
Além de a profundidade ser razoável o que “pega” é a corrente. Devido a geografia da Risca do Zumbi, a água corre constantemente. Segundo relatos de Afonso, Instrutor Mar & Sub Natal,  ela predomina até os -5, -8 metros. Depois melhora. Então haverá bastante necessidade de condicionamento físico!  No site http://www.naufragiosdobrasil.com.br/  há um croqui do naufrágio. O que possibilita planejar o mergulho.  Sendo, cabe ressaltar, nosso objetivo explorar as redondezas do naufrágio, sem fazer qualquer tipo de penetração. Vamos observar o navio e a vida marinha que ali habita.
O treinamento:
A primeira parte do treinamento é nivelar todos os mergulhadores. Vamos condicionar o organismo aos -30 mt, observar a velocidade de descida e subida, estipular um possível tempo de permanência no fundo, e treinar os deslocamento verticais no cabo. Isso faremos na Lagoa do Bom Fim. Inclusive poderemos com esse treino definir profundidades para os “bips” do computador, e estipular o tempo de recuperação, o que ajuda muita no mergulho. Paralelamente vamos iniciar o condicionamento aeróbico, nadando bastante. Todos equipados para reproduzir da melhor maneira as condições de mergulho no dia. E treinos de apnéia estática, visando aumentar o rendimento anaeróbico. Parece exagero, mais a segurança sempre em primeiro lugar.
A segunda parte do treino será já na temporada de mergulho. Vamos realizar várias saídas em profundidades similares, com visibilidade próxima a encontrada lá no naufrágio. A visibilidade da água influência e muito na capacidade de orientação espacial, e sendo a visibilidade do Bom Fim bem inferior à do mar... é preciso adaptar o organismo. E não menos importante, “acostumar” os mergulhadores de Lagoa ao deslocamento do barco no mar. Não é incomum vários colegas que mergulham bem na água doce, chegarem a profundidades baixas no mar e não terem rendimento. Isto sendo resultado do típico enjôo na embarcação. E quem conhece sabe, excetuando alguns dias, o mar aqui no RN é meio “crespo”.

Os treinos se iniciam na primeira semana de julho.

Ricardo Bormann
AIDA FREE DIVER*

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