sábado, 2 de julho de 2011

Yoga e mergulho livre, uma introdução.


O que é mais importante no mergulho livre? Sem dúvidas o prazer em mergulhar! Mas para obtermos o máximo de “performance” é preciso uma combinação de dois fatores: condicionamento físico e psicológico!  Não há dúvidas que a melhor maneira de treinar para o mergulho é mergulhando... Nem sempre, todavia podemos estar no mar ou na lagoa então é preciso nos condicionarmos de outra forma! E claro, a Yoga acrescenta uma infinidade de coisas ao mergulhador.
A Yoga, sendo simplista,  é uma forma de condicionarmos o corpo e a mente paralelamente. Muito mais que um exercício a Yoga é uma filosofia de vida, bem como o mergulho livre, ao menos pra mim!
Existem variações dentro da Yoga, mas o objetivo final, acredito, é um só: o equilíbrio!
Na Yoga aprendi algo de muita importância dentro do mergulho livre, OBSERVAR! Seve Cunha, com quem tive aulas de Yoga repetia muitas vezes: “vamos observar!” Neste observar percebemos vários sinais que nosso corpo nos envia, que por incrível que pareça, mesmo sendo corpo e mente um só, não conseguimos perceber. Os batimentos cardíacos, por exemplo, quem consegue ouvi-los? Quando estamos bem focados no mergulho podemos ouvi-los claramente. Observar é o primeiro passo para conseguir se concentrar. Concentração, pra mim, é tudo no mergulho livre! A concentração nos possibilita, antes de mais nada, estar presente no momento do mergulho, de corpo e mente. Isso nos possibilita avaliar melhor as situações, perceber nossas limitações e decidir bem; quer em situações simples quer em emergências. Uma outra possibilidade que temos com a prática da Yoga é obter relaxamento muscular, necessário, por exemplo, para expandir da melhor forma possível a caixa torácica, permitindo assim uma maior capacidade respiratória. Com as práticas de Panayama conseguimos respirar melhor, aproveitando todo o ar que inspiramos; simplesmente por aprender a inspirar e expirar, coisas que INCRINVELMENTE NÃO SABEMOS!
Podemos praticá-la em variados horários, preferencialmente escutando o que nosso corpo sugere, isto é, no horário que nos sentimos melhor. Eu por exemplo pratico melhor pela manhã, assim que o sol nasce, consigo me concentrar melhor. Este é também o horário que mergulho melhor. O importante mesmo é praticar.     
Além desta pequena fração do que citei, a Yoga nos ensina a ser pessoas melhores, respeitar o próximo, a viver uma vida melhor, a observar o que nos rodeia, hoje tão difícil de executar graças ao consumismo desenfreado ao qual somos induzidos.
Para pratica da Yoga é necessário o ensinamento e orientação de um professor. Em Natal conheço Seve Cunha, da Corpo e Mente, gosto muito da prática com ele, e o ambiente onde se pratica também é muito agradável.


Ricardo Bormann
AIDA Free Diver*
Mergulho livre como filosofia de vida

domingo, 26 de junho de 2011

Curso Apnéia Total



 Em Abril dois membros da Tridente Sub foram até Camamu – BA , realizar um curso AIDA Com a Hepta recordista Karol Meyer. O Objetivo era só um: aperfeiçoar as técnica de mergulho em apnéia para mergulhar melhor e com mais segurança. E foi alcançado.  
Pegamos um vôo natal salvador e depois de muita luta, entre caminhadas, Ferrys, ônibus e lanchas chegamos a Camamu. Lugar irado! Ideal para um curso. A pousada muito aconchegante e as instalações da operadora muito funcionais.




No primeiro dia, teoria. Fisiologia do mergulho, física do mergulho, modalidades de mergulho livre competitivo... A primeira coisa que nos chama a atenção é a simpatia e acessibilidade da Karol, claro sem contar com o conhecimento e a experiência.
No segundo dia, prática de Yoga para respiração. No mergulho em apnéia a respiração é fundamental para um bom mergulho.  Eu diria que só esta aula já pagou o curso. Passamos a saber respirar melhor.
E Então, água. Prática de estática no mar! Aquecimento, teoria sobre apnéia estática e realização da apnéia propriamente dita. Conseguimos, apesar da “pressão” ainda um bom tempo 3:42!  Pouco perante os atletas mas razoável para uma pessoa comum.
Como era de se imaginar sempre em dupla! Segurança acima de tudo. Ainda na mesma manhã teoria e prática sobre resgate de “apagamento” ou “samba”.
   
Na parte da tarde teoria sobre manobras de compensação e prática no mar.
Na parte da Noite teoria sobre segurança no mergulho livre e equipamentos. Dicas sobre pesca sub sorteio de equipamentos de mergulho e vídeos ilustrando “apagamentos” e “sambas”
Já no domingo, quando iamos tentar estabelecer algumas marcas no mergulho no mar... O mar não ajudou! Ondas grandes, vento, chuva... Mas mesmo assim fomos pra água, por motivos de segurança ninguém tentou estabelecer marcas. Mas foi importante pois Karol observou mergulhador por mergulhador corigindo defeitos e dando dicas. E ver aquela água..... Hum! Como diria um amigo parecia que estavamos descendo em uma garrafa de água mineral. Perfeito!!!!
Novos AIDA FREE DIVER*!!!!  Cabe enfatizar a
extrema competência e profissionalismo da operadora de mergulho e da Karol. O curso foi excelente e recomendamos à todos que primam pela segurança em seus mergulhos e querem evoluir no esporte!
Projeto Naufrágios Potiguares I


Eh... Nada mais de água “limpa” aqui no litoral sul! Começou a estação dos ventos já há algum tempo. Então depois do curso, excelente, a Tridente Sub “ deu um tempo” ao mergulho. Uma espécie de férias para recolocar as idéias em ordem. Todos os integrantes, agora, têm ao menos o curso básico de mergulho livre.
Então, recomeço!
O novo desafio é a exploração dos naufrágios na risca do Zumbi, no peito, claro. Este evento, por assim dizer, vai acontecer na próxima temporada, mas a fim de manter sempre  “segurança em primeiro lugar” vamos iniciar os treinos.
Cmt Pessoa:
Esse navio, de carga, naufragou em setembro de 1954 há aproximadamente 12 milhas da costa da praia de Rio do Fogo, Litoral Norte. O motivo  foi o choque contra a Risca do zumbi. A profundidade está entre -22 e -27 m. Habitam essa região muitos peixes de coral, muita isca (pequenos peixes, base da cadeia alimentar) e claro, os belos exemplares de passagem. Posso fazer referência aqui aos bejupirás, cavalas e barracudas, há quem diga que já viu tubarões Tigre por lá.
O desafio:
Além de a profundidade ser razoável o que “pega” é a corrente. Devido a geografia da Risca do Zumbi, a água corre constantemente. Segundo relatos de Afonso, Instrutor Mar & Sub Natal,  ela predomina até os -5, -8 metros. Depois melhora. Então haverá bastante necessidade de condicionamento físico!  No site http://www.naufragiosdobrasil.com.br/  há um croqui do naufrágio. O que possibilita planejar o mergulho.  Sendo, cabe ressaltar, nosso objetivo explorar as redondezas do naufrágio, sem fazer qualquer tipo de penetração. Vamos observar o navio e a vida marinha que ali habita.
O treinamento:
A primeira parte do treinamento é nivelar todos os mergulhadores. Vamos condicionar o organismo aos -30 mt, observar a velocidade de descida e subida, estipular um possível tempo de permanência no fundo, e treinar os deslocamento verticais no cabo. Isso faremos na Lagoa do Bom Fim. Inclusive poderemos com esse treino definir profundidades para os “bips” do computador, e estipular o tempo de recuperação, o que ajuda muita no mergulho. Paralelamente vamos iniciar o condicionamento aeróbico, nadando bastante. Todos equipados para reproduzir da melhor maneira as condições de mergulho no dia. E treinos de apnéia estática, visando aumentar o rendimento anaeróbico. Parece exagero, mais a segurança sempre em primeiro lugar.
A segunda parte do treino será já na temporada de mergulho. Vamos realizar várias saídas em profundidades similares, com visibilidade próxima a encontrada lá no naufrágio. A visibilidade da água influência e muito na capacidade de orientação espacial, e sendo a visibilidade do Bom Fim bem inferior à do mar... é preciso adaptar o organismo. E não menos importante, “acostumar” os mergulhadores de Lagoa ao deslocamento do barco no mar. Não é incomum vários colegas que mergulham bem na água doce, chegarem a profundidades baixas no mar e não terem rendimento. Isto sendo resultado do típico enjôo na embarcação. E quem conhece sabe, excetuando alguns dias, o mar aqui no RN é meio “crespo”.

Os treinos se iniciam na primeira semana de julho.

Ricardo Bormann
AIDA FREE DIVER*

sábado, 2 de abril de 2011

Curso de apnéia


NÓS VAMOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
E recomendamos.


Mais uma edição do APNEIA TOTAL  com Karol Meyer  desta vez nas águas azuis de Barra Grande - Bahia
Data:  15 16 17 de abril
Local e Parceria : Operadora de Mergulho 13 Sul http://www.13sul.com/  e
                             Galeão Santanna Pousada http://www.galeaosantaanna.com.br/
Conteúdo do curso APNÉIA TOTAL:
Teoria
Videos
Apostila
Camiseta oficial
Práticas:
  • Ventilação
  • Yoga
  • Segurança
  • Apnéia 
  • Saída para mergulho no azul
Licenciamento pela A.I,D,A. Associação Internacional para o Desenvolvimento da Apnéia
Homologação de recordes estaduais e nacionais para a A.I.D.A. seção Brasil
Programação:
Dia 15 abril - Sexta
Teoria I - 18:30 às 22:30 hs (na operadora)
Dia 16 abril - Sábado
Prática de Ventilação e Yoga 8:00 às 09:30 (na pousada)
Práticas de Apnéia Estática - Segurança - 9:30 às 11:30 (no mar)
Intervalo para almoço
Teoria II - 13:00 às 16:30hs (na operadora)
Sorteio de brindes (Mormaii, Orange e PKSub)
Dia 17 de abril - Domingo
Prática de Profundidade e segurança em mar - 08:00 às 14:00hs
Estadia com valor especial
* infomar que é participante do Curso de Apnéia com Karol Meyer
Av. José Melo Pirajá, nº 40, Centro - CEP 45.520-000 - Barra Grande, Península de Maraú - Bahia
(73) 3258-6126
Necessário:
  • equipamento de mergulho - máscara, snorkel, roupa, cinto e lastro VAGAS LIMITADAS!
  • menores de idade, autorização expressa dos pais
Contato para reservar sua vaga no curso: news@karolmeyer.com
Dúvidas sobre o curso, você poderá conversar diretamente com a Karol Meyer 48 99602533
atestado médico de apto para prática de mergulho (validade de 3meses)
Valor do curso: R$ 680,00
(incluído a saída para o mar, licenciamento AIDA *)
Parcelado em 2x (reserva + 1 parc)
* não está inclusa a estadia
                  
Práticas de Apnéia II - 16:00 - 17:30 (no mar)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Segurança e Mergulho livre II

O mergulho livre é uma atividade apaixonante! A cada metro vencido, no meu caso, a sensação de vitória é enorme. Para mim, que pratico mergulho há algum tempo, é uma superação constante. A sensação de evoluir no esporte é maravilhosa.
Mas o mergulho em apnéia possui uma peculiariedade: é praticado em um meio que não é o nosso e sem respirar, portanto, pequenos erros cometidos tendem a ser fatais. Fica claro então a necessidade de se ter a segurança sempre em primeiro plano.
Vamos falar sobre treinos em águas abrigadas e águas abertas, pois os que são realizados em piscinas não fazem parte de nosso cotidiano!
Resfriados, gripes e sinusites são incompatíveis com mergulho! Simples assim. A equalização fica prejudicada e quando não impossibilita a descida, causa dor ou tira a concentração do mergulhador!
É importante que ao praticar mergulho livre sempre procure fazê-lo com alguém do seu nível técnico ou superior. E, claro, nunca é demais ressaltar que o mergulho deve ser feito pelo menos em dupla, assim um pode monitorar o outro.
Outra boa prática é combinar com seu parceiro antes de entrar na água o que se pretende fazer naquele mergulho, alternativas e providências a serem tomadas caso aconteça algum imprevisto. Além disso, em estando na água, sempre avisar ao colega quando se vai descer, e nunca negligenciar uma descida. É importante ficar sempre atento ao companheiro pois caso ocorra algum problema, segundos fazem a diferença.
Um cabo preso a uma bóia é essencial para facilitar os deslocamentos horizontais. Não é à toa que alguns o chamam de cabo guia. A bóia deve ter a sinalização internacional do mergulho (a bandeira vermelha com a listra branca), pois isso sinaliza à embarcações que naquele local estão ocorrendo práticas de mergulho e, em teoria, estas devem manter uma distância de segurança. Os deslocamentos horizontais deverão ser feitos próximos ao cabo, pois isso possibilitará a localização de um mergulhador caso ele “apague”.  Fica claro então que áreas com água “correndo” devem ser evitadas.
Um outra função do cabo é a de sinalizar ao mergulhador que está em cima que o apneísta que descia chegou ao fundo ou a sua profundidade máxima, pois ao fazê-lo este último deve dar um puxão no cabo para comunicar ao parceiro, que obviamente segura a corda na superfície. Quem está na superfície então desce para encontrar o mergulhador que sobe nos últimos 10 metros da subida. Ao chegar à superfície, o mergulhador que realizou o mergulho deve ser monitorado por pelo menos trinta segundos. Creio que cabe uma observação aqui: nós, quando subimos jamais soltamos todo o ar existente nos pulmões, isso acarretaria em uma perda da pressão alveolar demasiada, e no nosso entender, poderia causar um apagamento. Então soltamos metade do ar e o renovamos.
Atenção quanto ao lastreamento. Uma boa pratica é estar neutro à metade da profundidade que queremos atingir, isso facilitará na subida, e como diz Igor, um colega mergulhador, “descer não é tão importante, mas subir com certeza é!”
Sobre a recuperação na superfície: isso é importante para os colegas pescadores sub. Algumas vezes negligenciamos o intervalo que o organismo levaria para se recuperar por termos visto algum peixe ou algo do gênero. Cada um tem um “timing” de recuperação e dependendo do esforço feito no mergulho esse tempo varia. Eu, particularmente, mergulho com computador e para profundidades superiores a -22 mts faço um intervalo de superfície mínimo de 7 minutos. Para alguns pode parecer muito, mas mesmo mergulhado com um parceiro, prefiro não arriscar.
Monitorar sempre a água fria. Se está sentindo frio pode estar certo de que seu consumo de oxigênio está maior.
Uma coisa que acrescentamos por nós mesmos é treinar o que fazer em caso de emergência (como tirar um mergulhador da água) e o que podemos fazer até que o socorro chegue. Acredito que quem mergulha deveria ter um curso de socorrista pois conheço alguns casos onde acidentes ocorreram, no mar, e quem estava lá não sabia como e não tinha meios para prestar o socorro. Mas essa é minha opinião pessoal.
Agora, o mais importante: respeite seus limites! Desça um metro de cada vez. O mergulho livre é antes de tudo uma escola de paciência. Conheça os sinais que seu corpo lhe envia, leia sobre fisiologia do mergulho, procure conversar com mergulhadores mais experientes e se possível procure fazer um curso. O ideal na verdade é fazer um curso, mas na realidade é difícil conseguir um aqui no nordeste, não fosse o esforço da AIDA Brasil seria quase impossível um curso por aqui. Eu mesmo procurei alguns mergulhadores que teriam a competência e capacidade para realizar um curso mas não obtive êxito. A verdade é que poucas pessoas são profissionais do mergulho livre a grande maioria dos mergulhadores é apenas praticante amador.

terça-feira, 15 de março de 2011

SEGURANÇA NO MERGULHO LIVRE I

O mergulho livre é uma atividade esportiva desenvolvida por milhares de pessoas em todo o mundo, nas mais diversas modalidades e sem distinção de sexo ou idade. É uma atividade prazerosa e que não requer grande logística. O material utilizado é identificado como equipamento básico de mergulho, comprado sem restrição em lojas de equipamentos náuticos e shoppings de qualquer cidade, não necessitando comprovar habilitação na atividade.
A fácil aquisição de material, somado à falta de preparação adequada, resulta em um maior número de acidentes e em algumas situações, casos fatais. Não raro vemos pessoas que não sabem sequer nadar e após a compra do material, já saem mergulhando, sem um mínimo de cuidados, auto entitulando-se "mergulhadores". 

Um acidente pode ser definido resumidamente, como a soma de pequenos erros cometidos em sequência, causando danos pessoais, materiais, de forma inesperada e indesejada. Infelizmente, isso ocorre numa frequencia muito maior do que desejaríamos.
No mergulho autônomo, os números comprovam se tratar de uma atividade com nível de segurança muito elevado. No mergulho livre, esse nível pode ser alcançado, utilizando o mesmo procedimento na formação desse mergulhador.

O primeiro passo, para quem deseja praticar o mergulho livre, é procurar informações sobre grupos ou escolas, para formação adequada e maiores informações sobre a atividade do mergulho em apnéia. Essa fase tem grande importância na progressão no mundo subaquático, pois, visa esclarecer os riscos existentes na prática do mergulho em apnéia e ensinar os conhecimentos necessários para desenvolvimento seguro.
Uma conscientização por parte dos futuros mergulhadores e comerciantes da indústria do mergulho tornaria a atividade mais segura, não visando apenas à diversão e o lucro sem responsabilidade.

O blog Mergulho Livre Natal inicia suas atividades, buscando a união dos amantes do mergulho livre, criando um espaço aberto aos que possam contribuir com informações relacionadas à prática segura do mergulho livre em nossa cidade.
Em uma próxima conversa, discutiremos de forma mais específicas a segurança na prática do mergulho livre. 

Postado por: Marcos Júnior, mergulhador 3 estrelas, membro da ANDA.

domingo, 13 de março de 2011

O mergulho no litoral sul



Foto: Google Earth

Há uma peculiaridade no nosso litoral: no sul temos apenas formações rochosas pequenas sem muita elevação; predominam os pequenos afloramentos de "pedras" e os "cascalhos", que são aglomerados calcários. Não nos recordamos de nenhum afloramento importante de pedras que supere os dois metros de altura, excetuando-se os chamados parrachos (que são costões) e parceis, a uma distância média de 200 metros da costa, além talvez, da chamada Baixa do Cotovelo, próximo à praia de Cotovelo.


Com essas características já é possível imaginar quais os animais que predominam na fauna subaquática: ciobas, guarajubas, xaréus, enxadas, galos, xaréus brancos, serras, cavalas e bicudas, entre outros. Já tivemos inclusive o prazer de presenciar os tubarões martelo caçando em nossas águas!

No litoral Norte (tema de postagem futura) já existem grandes afloramentos de rocha como, por exemplo, a Risca do Zumbi que encerra além de belas formações, dois naufrágios (São Luís e Comandante Pessoa), um deles lá nos -28 metros.

No geral os pontos de mergulho do litoral sul que possuem boa visibilidade durante quase todo o ano estão à partir de 7 milhas da costa. Contudo há locais mais próximos, os quais proporcionam boa diversão quando o vento diminui.

Cabe agora uma observação: a visibilidade da água é influenciada diretamente pelos ventos. Esse ano de 2011, sob a influência do fenômeno La Niña, não proporcionou muitos  dias de água "limpa" próximo da costa. O oposto de 2010, onde tivemos vários dias de água cristalina há apenas uma ou duas milhas da costa. Aliás, em 2010 tivemos o prazer de mergulhar inúmeros dias em águas de excelente visibilidade há 50 ou 60 metros da areia praiana!

A profundidade que encontramos nos principais "cabeços" do litoral sul está entre -14 metros (como por exemplo no Leandro e na Barreirinha, próximos à praia de Pirangi) e -22 metros, como na Pedrinha da Bicuda (próximo à Tibau do sul).

É possível alugar barcos de pesca, com uma estrutura mínima, para realizar mergulhos em todo litoral sul. Há pescadores que, incentivados pelo turismo, modificaram seus barcos para melhor receber os mergulhadores e possuem uma extensa rede de pontos de mergulhos mapeados por GPS. Um pequeno empecilho é que esses barcos, chamados  botes, foram feitos para "balançar", portanto, quem enjoa no mar tem que tomar cuidado.
Não existe ainda um operadora específica para mergulho livre mas há 3 empresas que operam o mergulho autônomo! Duas delas operam no litoral sul.

Postado por: Ricardo Bormann

Equipamentos Básicos

O principal item do equipamento para praticar mergulho livre é sua saúde!  É indispensável ao mergulhador uma visita médica para um check-up de rotina. E o médico deve ser avisado sobre qual atividade física será praticada.
Para se praticar o mergulho livre precisamos de uma boa máscara, um respirador (snorkel) e nadadeiras.
A máscara deve se ajustar bem ao rosto. Um boa forma de testá-la, quanto à vedação, é colocá-la no rosto, sem as tiras, e realizar uma leve inspiração pelo nariz "segurando o ar", vira-se então o rosto para baixo, como se fosse olhar os pés. Se a máscara não cair é muito provável que se adapte bem ao seu rosto!
Como no mergulho autônomo, precisamos realizar manobras de equalização da pressaõ ao descer, portanto quanto menor espaço aéreo a máscar tiver, menos ar usaremos! Consequentemente mais ar estará reservado para trocas gasosas. Um último detalhe que devemos ter em mente em relção à máscara é o campo de visão que ela oferece! Obviamente, quanto maior, melhor!

O respirador basicamente se apresenta de duas formas, com ou sem válvula. Quem pratica caça sub, ou pesca sub, prefere o sem válvula. Um outro ponto interessante é o corte do tubo que está na superfície. Existem vários cortes e aberturas, alguns favorecem a respiração em dias de mar agitados com ondas "espumando" na superfície por exemplo, outros não. Recomendamos a utilização do mais simples possível para quem está iniciando.

Nadadeiras! Existem inúmeros modelos de nadadeiras no mercado. Para quem está iniciano uma nadadeira de palas médias talvez seja o ideal, pois tanto permite deslocamentos na horizontal quanto na vertical; já as palas grandes facilitam muito nas descidas mas já para o deslocamento na superfície não se adequam tão bem. A rigidez das palas e o material com o qual são feitas influenciam diretamente seu rendimento e também seu custo. É importante lembrar que ao experimentar as nadadeiras devemos faze-lo já com as meias de neopreme, pois com o usos delas, os pés ficam protegidos de indesejáveis bolhas!

É indispensável a utilização de uma bóia sinalizadora, de preferência com a bandeira internacional do mergulho ao se praticar a atividade em águas abrigadas ou abertas. Isso marca sua posição, evitando que embarcações se aproximem e venham a causar algum acidente (além de proporcionar ao mergulhador um ponto de "apoio" sobre a água).

Por fim antes de investir em equipamento procure as variadas operadoras de mergulho que oferecem a possibilidade de realizar um mergulho acompanhado e com o equipamento das mesmas. Se você gostar, e decidir por praticar mergulho livre, compre um equipamento de qualidade e, se possível, faça um curso de apnéia com uma equipe séria. Segurança em primeiro lugar!
E lembre-se: NUNCA MERGULHE SOZINHO! Respeite os limites de seu condicionamento físico e psicológico.

terça-feira, 8 de março de 2011

Respiração e Mergulho Livre

Um dos fatores mais relevantes no desempenho do mergulhador livre é a respiração. Uma correta técnica de respiração, além de gerar uma boa troca gasosa entre oxigênio e gás carbônico, aumenta a concentração do mergulhador, elevando sua capacidade de manter-se em apneia.
Para respirar corretamente é necessário conhecer os processos fisiológicos da respiração:
1. Composição do ar atmosférico
a. O ar que respiramos, ao nível do mar, possui a seguinte composição aproximada: 21% de oxigênio (02); 0,03% de gás carbônico (CO2); 79% de nitrogênio (N2).

2. Vias respiratórias
a. O ar entra pelo nariz ou boca, passa pela faringe, laringe, traquéia, brônquios, bronquíolos, para só então chegar aos alvéolos; onde ocorre a troca gasosa com o sangue. Basicamente sai CO2 e entra O2.

3. Oxigênio, Gás carbônico e Nitrogênio
a. O oxigênio inspirado passa para o sangue através dos alvéolos, as unidades básicas da árvore respiratória. Carreado pelas hemácias (células vermelhas do sangue), o O2 chega a todas as células, onde é utilizado para geração de energia. Um dos resíduos da utilização do oxigênio é o Gás carbônico, que em excesso pode literalmente causar uma intoxicação do organismo.
Imagem: http://www.respireeviva.com.br/

b. O Gás carbônico faz o sentido inverso do oxigênio, isso é, “sai” dos órgãos e tecidos para ir em direção aos alvéolos, onde deve ser eliminado pela expiração.
c. O Nitrogênio não tem participação direta no metabolismo corpóreo, ele apenas entra e sai do organismo. MAS ATENÇÃO, PARA OS MERGULHADORES SCUBA! O NITROGÊNIO TEM PAPEL FUNDAMENTAL NA DOENÇA DESCOMPRESSIVA.

4. Trocas gasosas na respiração
a.  Os gases, O2, CO2 e N2, saem dos alvéolos para o sangue e vice versa de acordo com um processo de difusão simples. Em outras palavras, o gás sai do local em que está mais concentrado para o local em que está menos concentrado. Exemplo: na inspiração, o ar que entra tem mais oxigênio que gás carbônico; já o sangue, por sua vez, está com uma concentração de gás carbônico maior que a de oxigênio. Isto faz com que o oxigênio do ar migre para o sangue e o gás carbônico do sangue migre para o interior do pulmão. Isto continua ocorrendo até que as concentrações no ar pulmonar e no sangue fiquem “iguais”. Com a expiração, o CO2 do ar pulmonar é eliminado, e após nova inspiração o ciclo se repete.
5. Trocas gasosas em apneia
a.  Quando em apneia o pulmão e as vias respiratórias tornam-se um reservatório de ar. Nesse estado, as trocas gasosas continuam ocorrendo enquanto não se respira. No entanto, isso só ocorre até que haja o equilíbrio das concentrações: o CO2 do sangue passa para o ar pulmonar até que a sua quantidade seja igual nos dois meios (sangue e ar pulmonar); ao atingir este equilíbrio, o CO2 começa a ser acumulado no sangue e consequentemente nos órgãos e tecidos (HIPERCAPNEMIA). O mesmo ocorre com o oxigênio: ele passa ao sangue até que sua concentração se iguale nos dois meios, gerando HIPÓXIA. A partir daí os órgãos e tecidos passam a utilizar outra fonte para produção de energia, bem menos eficiente, diga-se de passagem.

Observação: as informações contidas neste texto são simplificadas, com o objetivo de facilitar o entendimento destes processos aos leigos na fisiologia. Caso exista necessidade de um entendimento mais pormenorizado se faz necessária a leitura de literatura médica especializada.
Postado por: Ricardo Bormann

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O princípio dos tempos

No início, o mergulho livre (em apnéia) era praticado por duas categorias de pessoas: pescadores em busca de peixes e crustáceos ou aventureiros à procura de tesouros e antiguidades escondidas em naufrágios de águas rasas.
Há evidências históricas datadas de 6,5 mil anos atrás, sobre mulheres caçadoras de pérolas no Japão e na Coréia. Esta cronologia situa a prática da apnéia muito próxima do início da civilização propriamente dita, que se deu há cerca de oito mil anos, com o advento da agricultura.  
Há 2.500 anos, na Grécia, houve a primeira ação conhecida de mergulhadores militares, sabotando a esquadra do rei persa Xerxes I. Enquanto os soldados de Xerxes pensavam que os gregos haviam se afogado, estes, usando a técnica da apnéia, soltaram as amarras dos navios persas ancorados, deixando-os à deriva.
Apneístas chineses, antes da invenção da pólvora, construíam engenhosas e mortais armadilhas submersas, movidas a alavancas para destruir os cascos de navios inimigos. Até o gênio militar Alexandre Magno fez uso do mergulho em apnéia no período em que comandou o império Helenístico. Há relatos de que ele próprio certa vez desceu sob as águas para testar uma de suas técnicas de combate.
Já no século XX, durante a Segunda Grande Guerra, apneístas plantavam minas e explosivos sob os navios de guerra, sem chamar a atenção dos inimigos.
Atualmente, com as técnicas de mergulho autônomo, a apnéia perdeu sua função militar, mas em contrapartida vem ganhando cada vez mais adeptos no mundo inteiro e se tornou esporte de competição.

Postado por Max Moura.

Fontes: divingforpearls.wordpress.com/category/images/
            http://www.aidabrasil.com.br

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O que é mergulho em apnéia?

Apnéia, em um conceito mais simplista, é a suspensão temporária da respiração. No mergulho em apnéia (também chamado mergulho livre), o atleta retém o ar nos pulmões durante a imersão sem o uso de cilindros de ar. Ou seja, suspende-se voluntariamente a respiração para se manter submerso. Quanto maior o volume de ar inspirado, maior pode ser o tempo da apnéia.
Ao realizar uma inspiração forçada e em seguida uma expiração também forçada, máxima, o volume de ar que expelimos pode chegar normalmente a cerca de 4,5 ou 5 litros. Em indivíduos bem treinados na apnéia, como o italiano Umberto Pelizzari, o volume chega a incríveis 7,9 litros.
Mas não é preciso ter um pulmão de cavalo ou ser um x-men para praticar o mergulho livre, porém, a apnéia é considerada um esporte de risco, comparado ao paraquedismo, rapel, vôo livre e outros esportes radicais. Por esse motivo, treinamento, força de vontade, concentração e condicionamento físico são os pré-requisitos básicos para suportar a pressão debaixo d’água e os longos períodos sem respirar.
Mas aí vem a pergunta: por que praticar apnéia, se podemos mergulhar com cilindro de ar? Bom...essa é uma questão bem pessoal, mas a resposta é a mesma que pode ser usada para justificar qualquer prática esportiva, mesmo que perigosa: adrenalina e prazer (exatamente nessa ordem). Desafiando os limites do próprio corpo e as condições adversas do ambiente subaquático, o mergulhador apneísta busca superar marcas e limites. E esse esforço é muito bem recompensado pela beleza visual que encontramos. Além disso, não há o risco das doenças descompressivas, comuns no mergulho autônomo.
E para quem gosta de pescar, não há prazer maior do que a caça submarina, cuja prática com cilindro é proibida por lei, devendo o caçador mergulhar somente em apnéia.
Quando mergulhamos, não há ruídos, não há stress, nada nos consome, nada nos derrota. Só o silêncio submerso e a atmosfera de paz.
Experimente.

Postado por Max Moura
             http://pt.wikipedia.org
            www.umbertopelizzari.com

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Modalidades

Existem várias modalidades de mergulho livre competitivas ou não, dentre elas tem-se o mergulho contemplativo, como o nome diz, para contemplar o ambiente aquático, tem-se o mergulho com Lastro Constante, onde o mergulhador desce a uma determinada profundidade usando um cinto de lastro, porém o mesmo não pode se utilizar de cabo-guia, Lastro Constante Sem Nadadeiras, que vale as mesmas regras para o anterior salvo que o uso de nadadeiras, imersão livre é a modalidade mais natural possível, onde o mergulhador usa apenas um cabo para descer a maior profundidade possível e retornar. Tem também o Lastro variável, onde o mergulhador desce com o auxilio de lastro controlado (sled) ligado ao cabo-guia. Após atingir a profundidade desejada, o mergulhador abandona o lastro e retorna à superfície utilizando o cabo-guia ou simplesmente usando as nadadeiras e por fim o No limits, essa é a modalidade dos grandes profundistas. É derivada do lastro variável, porém a diferença está no modo de retorno à superfície. O mergulhador pode utilizar-se de um balão ou colete inflável, ou ainda outro meio mecânico para subir o mais rápido possível, devido à grande profundidade atingida.
No Brasil temos referências mundiais no mergulho livre, como por exemplo Karoline Meyer, Elon Constantino, Ricardo da Gama Bahia, Carolina Schrappe, dentre outros.
O recorde mundial de profundidade é de -225 metros do mergulhador Stig Aavall Severinsen na data de 16 de junho de 2007.

Postado por Max Moura
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mergulho#Mergulho_livre