O mergulho livre é uma atividade apaixonante! A cada metro vencido, no meu caso, a sensação de vitória é enorme. Para mim, que pratico mergulho há algum tempo, é uma superação constante. A sensação de evoluir no esporte é maravilhosa.
Mas o mergulho em apnéia possui uma peculiariedade: é praticado em um meio que não é o nosso e sem respirar, portanto, pequenos erros cometidos tendem a ser fatais. Fica claro então a necessidade de se ter a segurança sempre em primeiro plano.
Vamos falar sobre treinos em águas abrigadas e águas abertas, pois os que são realizados em piscinas não fazem parte de nosso cotidiano!
Resfriados, gripes e sinusites são incompatíveis com mergulho! Simples assim. A equalização fica prejudicada e quando não impossibilita a descida, causa dor ou tira a concentração do mergulhador!
É importante que ao praticar mergulho livre sempre procure fazê-lo com alguém do seu nível técnico ou superior. E, claro, nunca é demais ressaltar que o mergulho deve ser feito pelo menos em dupla, assim um pode monitorar o outro.
Outra boa prática é combinar com seu parceiro antes de entrar na água o que se pretende fazer naquele mergulho, alternativas e providências a serem tomadas caso aconteça algum imprevisto. Além disso, em estando na água, sempre avisar ao colega quando se vai descer, e nunca negligenciar uma descida. É importante ficar sempre atento ao companheiro pois caso ocorra algum problema, segundos fazem a diferença.
Um cabo preso a uma bóia é essencial para facilitar os deslocamentos horizontais. Não é à toa que alguns o chamam de cabo guia. A bóia deve ter a sinalização internacional do mergulho (a bandeira vermelha com a listra branca), pois isso sinaliza à embarcações que naquele local estão ocorrendo práticas de mergulho e, em teoria, estas devem manter uma distância de segurança. Os deslocamentos horizontais deverão ser feitos próximos ao cabo, pois isso possibilitará a localização de um mergulhador caso ele “apague”. Fica claro então que áreas com água “correndo” devem ser evitadas.
Um outra função do cabo é a de sinalizar ao mergulhador que está em cima que o apneísta que descia chegou ao fundo ou a sua profundidade máxima, pois ao fazê-lo este último deve dar um puxão no cabo para comunicar ao parceiro, que obviamente segura a corda na superfície. Quem está na superfície então desce para encontrar o mergulhador que sobe nos últimos 10 metros da subida. Ao chegar à superfície, o mergulhador que realizou o mergulho deve ser monitorado por pelo menos trinta segundos. Creio que cabe uma observação aqui: nós, quando subimos jamais soltamos todo o ar existente nos pulmões, isso acarretaria em uma perda da pressão alveolar demasiada, e no nosso entender, poderia causar um apagamento. Então soltamos metade do ar e o renovamos.
Atenção quanto ao lastreamento. Uma boa pratica é estar neutro à metade da profundidade que queremos atingir, isso facilitará na subida, e como diz Igor, um colega mergulhador, “descer não é tão importante, mas subir com certeza é!”
Sobre a recuperação na superfície: isso é importante para os colegas pescadores sub. Algumas vezes negligenciamos o intervalo que o organismo levaria para se recuperar por termos visto algum peixe ou algo do gênero. Cada um tem um “timing” de recuperação e dependendo do esforço feito no mergulho esse tempo varia. Eu, particularmente, mergulho com computador e para profundidades superiores a -22 mts faço um intervalo de superfície mínimo de 7 minutos. Para alguns pode parecer muito, mas mesmo mergulhado com um parceiro, prefiro não arriscar.
Monitorar sempre a água fria. Se está sentindo frio pode estar certo de que seu consumo de oxigênio está maior.
Uma coisa que acrescentamos por nós mesmos é treinar o que fazer em caso de emergência (como tirar um mergulhador da água) e o que podemos fazer até que o socorro chegue. Acredito que quem mergulha deveria ter um curso de socorrista pois conheço alguns casos onde acidentes ocorreram, no mar, e quem estava lá não sabia como e não tinha meios para prestar o socorro. Mas essa é minha opinião pessoal.
Agora, o mais importante: respeite seus limites! Desça um metro de cada vez. O mergulho livre é antes de tudo uma escola de paciência. Conheça os sinais que seu corpo lhe envia, leia sobre fisiologia do mergulho, procure conversar com mergulhadores mais experientes e se possível procure fazer um curso. O ideal na verdade é fazer um curso, mas na realidade é difícil conseguir um aqui no nordeste, não fosse o esforço da AIDA Brasil seria quase impossível um curso por aqui. Eu mesmo procurei alguns mergulhadores que teriam a competência e capacidade para realizar um curso mas não obtive êxito. A verdade é que poucas pessoas são profissionais do mergulho livre a grande maioria dos mergulhadores é apenas praticante amador.
http://www.aidabrasil.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=25&Itemid=27
Postado por Ricardo Bormann.
Postado por Ricardo Bormann.